Enquanto o amor perdura
Da última vez que me soube, sentia a tua falta. É um vazio inócuo. Sujo, frio e desprovido de sentimento. Preenche todo o espaço do meu coração, negando-me uma réstia de quem costumava ser. Quem diz que a saudade não mata, não sabe merda nenhuma acerca da vida. Foste um percalço. Abraçaste-me quando a história era negra, e desapareceste no primeiro raio de saio, como quem não aguenta um rasgo de felicidade. Atreveste-te a escrever-te na minha pessoa, deixando por mim marcas que nunca considerei ou mesmo poderei apagar. Fiquei de mãos a abanar. Perdida nas memórias que um dia chegámos a ter, entrelaçados no que fomos. Sabes o que dói mais? A facilidade com que te foste embora. Como se no teu coração eu nunca houvesse entrado, a tua alma não se tivesse moldado apenas um pouco pela minha pessoa. Que talvez tenha sido somente uma boneca nas tuas mãos. E o pior de tudo, é que só agora me apercebo disso. Vejo-te frequentemente, por minha inconstância de espírito ou magnetismo maldi