Aquela noite
São três da manhã. Sento-me na beira da cama, com o luar nas minhas costas e o meu coração afastado de ti. Sinto o tecido do lençol a escorregar de em redor das minhas ancas. Passo a mão pelo cabelo, despenteando-me, e a minha pele arrepia-se involuntariamente. Olho para ti. Adormecido, como só os sonhos te sabem embalar. Tens o cabelo caído sobre os olhos, e as minhas mãos tremem quando me impeço de te tocar. Tenho medo que te desvaneças se me mexer demasiado depressa. Porque se este for um sonho, raios me partam se alguma vez quererei acordar. Não estava à espera que voltasses. Depois de termos gritado até os nossos corações sangrarem, e as nossas almas se esconderem num recanto perdido de nós, saíste da nossa casa com a porta a bater atrás de ti, qual presságio que tu, a pessoa que mais importa para mim, estava prestes a sair da minha vida. Senti-me a estilhaçar quando te vi desaparecer. Não é que não possa viver sem ti. Sei o suficiente da minha pessoa, para saber que, eventua