Mentiras e Enganos
Entreguei-me completamente a ti desde a primeira vez que te vi. Talvez esse tenha sido o meu primeiro erro. Mas... Estava demasiado assustada. Assustada por nunca antes me ter permitido amar. Assustada por pensar que nunca ninguém me iria amar. As almas assustadas não têm emenda suponho. E depois é assim... Saem irremediavelmente assustadas... Irremediavelmente magoadas. Não sei de quem é que foi a culpa. É tudo demasiado assustador para ser minimamente compreensível. Mas os dados saíram fora da mesa. E as regras foram quebradas. Desapareceram, qual acto de magia foleiro e inusitado. Não tinhas o mínimo direito. Parece-me que agora atribuo culpas. Mas é o que levas... Por me expulsares de ti. Expulsares desse teu bocadinho que julgava deter no teu coração. Tinha a esperança de deter pelo menos uma lasca dele. Afinal, até os melhores se enganam. E afinal, nunca possui nada de ti. Foi um engano. O que nós fomos foi somente um grandessíssimo engano. Suponho que... A