Disseste
Disseste que me amavas. Na doce cadência das tuas palavras, os dias nunca se tornariam noites e o fôlego dos nossos beijos seria para sempre desperdiçado na intensidade da nossa paixão. Disseste que nunca me abandonarias. Que eu tinha sido aquela que havia mudado o teu coração, que fazia com que a tua respiração se prendesse na garganta e que te virava a vida de pernas para o ar. Disseste que era a tua luz. Bem sei que eras a minha. Disseste que nunca te irias embora. Que os teus braços estariam sempre aqui para segurar as minhas lágrimas, que os teus beijos iriam acalmar a tempestade que rasgava a minha alma, que levarias o meu coração numa viagem pela vida e desenharias comigo o caminho que faríamos juntos. Afinal, desfizeste o meu coração em pedacinhos de papel. E puseste a minha alma num barco à vela, que partiu pelos altos mares, apenas para nunca mais a ver. Pensei que fossemos amor... Mas fomos apenas paixão. E paixão durante somente o instante em que o vento volta a