Aquele homem imaginário e inventado
Ele era um ser humano estranho. E por isso, me deixei sugar para o seu interior, como se de um instante para o outro, me encontrasse dentro de um remoinho. Conseguia sentir uma tempestade que nascia do centro do seu peito. Mas era curioso, que mais ninguém a parecia ver senão eu. Como se nascesse apenas no meu olhar. Mas percebia-a lá. Deformava-lhe o rosto de uma maneira impressionante. Cobrindo as suas feições de rachas profundas, e retirando qualquer calma que os seus olhos tinham a obrigação natural de transmitir. Para mim, era tenebroso olhar na sua direção. Era como se o próximo passo que desse fosse o errado, podendo arriscar-me a nunca mais ver a luz do dia. Ele era um homem calado e sisudo. E como consequência, tornei-me numa mulher de papel nas suas mãos. O seu toque tornava-me praticamente transparente, mesmo antes de ele me rasgar até ao mais ínfimo dos pedacinhos. Afinal, ele era um gigante de pedra. E mesmo que fosse uma fada madrinha, não tinha a hipótese de ficar