Paixão

Tenho uma doença.
Eu sei que não parece nada. Mas é algo grave.
Procurei, sabes? E não existe cura.
É uma doença que me enfraquece os ossos, e que me amolece os músculos. Que me impede de andar normalmente e até de respirar normalmente.
Pois! Eu sei! É íncrivel como não se vê nada por fora.
Como é que se chama a doença?
É muito fácil meu querido...
A minha doença és tu.
Todo e por completo. Dos pés a cabeça, esse corpo todo bonzão! Com todas as tuas falhas, e não apesar delas.
Não acreditas em mim?
Pois bem. Vamos ver.
No momento em que eu te conheci...
Foi como se o Mundo tivesse parado por horas. Mais tarde soube que foram apenas minutos, mesmo até simplesmente segundos. A quantidade de tempo que passa de cada vez que estamos juntos... Arruinaste a minha noção de passagem do tempo. Deste-me a volta à cabeça desde aquele instante homenzinho.
Tornaste-te a maior coisa da minha vida.
Depois vieram os nervos.
Os nervos da antecipação de te ver. Céus! Até deixei de comer com o nervosismo. Credo! Deste-me mesmo cabo da vida por momentos. Destruíste-me a concentração e tiraste-me o tapete do chão.
Sinceramente! Não se faz isso a ninguém! Tens muita sorte em ser o meu destruidor eleito.
E depois conforme as coisas seguiram o rumo da vida, os meus sentimentos foram prendendo ainda mais o meu coração. Enraizaste-te na minha essência. O teu toque foi-se tornando a coisa que tomava conta do meu espírito e que nos dias de hoje dá cabo da minha postura.
E o teu olhar derrete-me a quilómetros de distância.
O quê? Dizes que também te sentiste assim?
Pois bem, paixão! Apenas quer dizer que somos doentes um pelo outro e um com o outro.
Dizem que certas coisas fazem melhor do que outras.
E tu, paixão! Tu és a coisa que me salva todos os dias e a todas as horas!
Independentemente dos sintomas que me provocas.
Aprendi a não lidar com eles todos os dias.
Que se lixe.
É isto que a paixão me faz.
E é bom.

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