Apetecimentos

Sou masoquista das emoções e amiga dos afectos.
É verdade. Ás vezes as minhas necessidades fazem com que leve a carroça à frente dos bois, que salte o precipício sem saber se estarás do outro lado.
Sou assim, impulsiva.
Mas sabes uma mulher também tem necessidades. Raios! E eu sou toda mulher. E ás vezes tenho necessidades do teu sorriso. De te ouvir acordar pela manhã. Das tuas mãos nas minhas, e depois das tuas mãos no meu corpo.
Ambos sabemos onde é que isso nos irá levar.
Preciso de ti como preciso de pão e água.
E talvez sushi.
Mas não tenho vergonha de admitir isso. Pelo menos perante os outros. Quando gosto é assim.
As vontades do corpo falam mais alto do que as vontades da alma. Provavelmente deveria ser ao contrário.
E depois é a alma que paga.
Ás vezes quero telefonar-te. Só para ouvir a tua voz. É um problema. A tua voz já não tem aquele carinho que me costumava pertencer. Mas desperta as memórias o que eleva a mágoa da alma.
Que estúpido que foste por ir embora!
Não viste a imensidão dos corpos, que éramos quando estávamos juntos?
Pois bem, a diva que há em mim, não necessita de ti para nada.
A humana que há em mim, quere-te todinho aqui e agora!
As obscenidades que existem em mim, nesta cama, imaginam-te aqui.
Bem que sou masoquista por ti.
Exijo a tua presença, mesmo que isso não me valha de nada. Credo, os teus pés pela manhã eram tão gelados.
Só de me lembrar...
Lá está aquele sentimento quentinho no meu coração.
E a cicatriz na alma.
Raios! Amaldiçoo-te mesmo por te teres ido embora. Tornaste-me completamente obcecada pelo que nós tínhamos. Rebobinar uma e outra vez o que vivemos.
Neurótica por ti.
Não tenho vergonha.
Mas tenho mágoa.

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