Devia ter corrido atrás de ti

Sonho contigo todas as noites, sonhos tão claros e reais, que as manhãs se tornaram imperdoáveis, escusadas, frias e despropositadas. Quem é que quer ter de lidar com a realidade, quando os sonhos se tornaram um manto de conforto, um refúgio para tudo o de maravilhoso que cheguei a ter?
Estragaste-me desse modo, se é para saberes.
A minha realidade passou para uma triste desculpa de preto e branco. É discutível a beleza de tal cenário, mas só sei que só obrigada a viver nele, seguir em frente por caminhos que nunca tive verdadeiro interesse em seguir.
As palavras que gritámos um contra o outro ainda me marcam. Sei que nada realmente conta quando dito com a adrenalina a perfurar-nos, mas a saudade leva-me a rever cada último instante que passámos realmente juntos.
Chorei dias seguidos até adormecer, depois de teres batido com a porta por trás de ti. Amaldiçoei-te vezes sem conta, jurei que nunca mais iria pronunciar o teu nome pelos meus lábios, pela graça de tudo aquilo que ainda conseguia manter são em mim.
Mas acho que renunciei à minha sanidade no instante em que me olhaste pela primeira vez.
Quem quer ser razoável no que toca à paixão?
Os pesadelos vem raros na minha vida. Costumavam ser em ondas constantes, atropelando o meu corpo uma e outra vez. Jurei que limparia a minha alma com os teus braços em meu redor, mas enganei-me como quem se engana no facto de todo o seu destino ainda se encontrar por traçar.
És a verdade por trás da cortina, e o teu nome é a única coisa que consigo pensar realmente.
Troquei o meu vicio por um vazio desalmado. Deixei que o meu orgulho crescesse a altos nunca antes vistos, apenas para me esquecer de lutar pela outra pessoa da minha vida.
Devia ter corrido atrás de ti assim que te foste embora.
E tu devias ter voltado, e nunca desistido.
Percebo que somos ambos idiotas.
Duas metades de uma laranja que já viu melhores dias, ou um sem rumo ou remo para o outro lado do Universo.
Sabes o que dizem...
Ao menos só se estragava uma casa.


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