Sinto falta

Sinto falta de te ter nos meus braços. De passar as noites a sonhar acordada, com o sorriso mais estúpido que poderias imaginar, nas aventuras que ainda estavam para vir.
Sinto falta de percorrer o teu rosto, completamente à vontade, com o meu olhar. Gastar os meros segundos de vida a contar cada sarda que existe no teu rosto, numa espécie de jogo, para ver de que vez conseguia contar mais.
Sinto falta, da maneira como me olhavas, de cada vez que punha o meu pequeno vestido vermelho. Era como se fosse a única mulher que existia à face da Terra, como se fosses o homem mais sortudo, e eu no fundo, era também uma sortuda.
Eras o meu Destino com asas.
Sinto falta da maneira como te aproximavas de mim, quando me arranjava no espelho da casa de banho. Como um felino, primeiro muito devagar, e depois o mais depressa possível. Como colocavas os braços em redor da minha cintura, beijavas ternamente o meu pescoço, e eu quase que sentia o bater do teu coração na minha pele.
Como me sussurravas que me amavas e como as lágrimas se acumulavam nos cantos dos meus olhos, de cada vez que me dizias essas palavras.
Sinto falta da nossa pequena bolha. Onde reinava a nossa música, querida aos nossos ouvidos, presente nas nossas sensações. Onde fazias de mim tua rainha, amada eterna e eu fazia de ti o meu príncipe encantado, meu gostoso perfeito.
Meu pedaço de céu onde menos poderia esperá-lo.
Tenho saudades de te ter apaixonado por mim. Tenho saudades do nosso inicio, onde ainda não éramos nada mas tínhamos o potencial para ser tudo. Sinto a falta de ti. De te ver.
E no entanto quero esquecer a última vez em que te vi, quando atravessaste a porta da frente, para te ires embora da nossa casa, e no fundo, da minha vida.
Sinto a falta de te amar.

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