Sou ruínas

Sou ruínas.
Folha de papel em branco queimada.
Palavras que ficaram por escrever retorcem-se perante os meus olhos, o sabor a cinza repousa na minha boca.
Sabor intenso, comparável à saudade que transborda do meu coração.
Tivemos somente direito a uma noite. Que durará a eternidade da minha memória.
Amei-te numa noite de luar. Em instantes que se fundiam lentamente, como que saídos de um sono do qual eu não queria acordar.
As nossas gargalhadas embevecidas nos braços um do outro, eram sons distantes, levados com o vento, testemunhados por passageiros alheios  a uma ilusão.
Fomos uma luz no inicio de um túnel. Mesmo antes da tempestade se ter formado no Horizonte, e o Adeus se ter formado nos meus lábios.
E nos teus.
Foste mágico e o maior amor que tive nesta vida.
Ainda tenho o som da tua voz gravado na minha mente. Um som que uma vez fora maravilhoso hoje é doloroso.
Desejo de um céu nocturno e a luz da lua a entrar pela nossa janela.
Queria voltar aquela noite, sentir os teus braços em redor do meu corpo, e os teus beijos na minha pele.
Engulo em seco. Uma lágrima escorrega pelo meu rosto, carregando as memórias da noite mais feliz da minha vida.
E agora caminho. Para um sitio sem destino, num lugar onde os sonhos transbordaram para fora das linhas.
A saudade que sinto transborda do coração que já não me pertence.
Despeço-me de ti.
Até para o ano.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O nosso amar

Aquele homem imaginário e inventado

Autómato ou como na verdade, ela não esteve realmente aqui