Sei-te de cor

Sei-te de cor por cada traço dos limites do meu ser humano que se funde com cada traço da descoberta do teu ser.
Mas não te percebo na mesma proporção.
Sei de cor o teu cheiro.
É o que faz parte de cada Presente que me desperta em cada manhã e o que povoa os meus sonhos em cada noite.
E sinto saudades.
De tempos melhores.
Onde as guerras não existiam através das palavras.
Quando cicatrizes ainda não existiam.
Existem pedras no caminho.
Que traçam uma rota. Por vezes constante.
Por vezes de contornos irregulares. Como se estivéssemos destinados a tropeçar a cada extremidade.
Mas é em vão cada corte.
A luta nunca termina.
Aliás, do que poderia valer tudo se a luta terminasse sem que algo mudasse?
Uma vez, cheguei a contra cada cicatriz que fazia parte do meu corpo. Poderia ter feito um mapa para as estrelas com elas.
Como se a sua luz pudesse iluminar o buraco de escuridão que me assola.
A mudança é requerida.
Em lugares onde tudo permanece igual à demasiado tempo.
E por mais promessas que sejam feitas.
As últimas palavras já não valem de nada.
E por muito que me custe dizer isto.
O amor já se esgotou à muito tempo como a chama que é soprada do pavio de uma vela.
Existem resquícios do que fomos.
Como os destroços que sobrevivem após uma tempestade.
Talvez a distância nos ajude a recuperar aquilo que fomos enquanto metade.
Mas lembra-te que lá no fundo.
Sei-te de cor.

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