Saudade mata

A saudade pode matar. É um facto cientificamente comprovado. Mas um facto não assim tão científico. Não é algo que aconteça de repente. Isso é certo e sabido. Vai acontecendo aos poucos. Uma dor dilacerante aqui. Umas lágrimas que parecem transbordar dos meus olhos ali. Uma falta que tem o potencial de esmagar o maior dos Golias. Existem pessoas que parecem ser feitas para sobreviver à saudade. Que lhe passam por cima, como um barco à vela passa por um Oceano repleto de peripécias e de perigos.
Depois existem pessoas como eu.
No dia da tua partida... achei somente que a dor me iria rasgar. O céu esteve prestes a cair na minha cabeça. Que a falta de ar me iria magoar os pulmões e que o meu coração iria quebrar pelas brechas crescentes que por ele foram desenhadas.
No dia da tua partida...foi o que em que o céu que esteve para cair sobre a minha cabeça, não mais mudou de cor e que o Sol correu para ter tempo de se esconder por trás das nuvens. Foi o dia em que as minhas mãos ficaram geladas e as lutas que as nossas palavras tomavam ficaram silenciadas. E dia em que tudo e nada começou a não fazer sentido. Os sim tornaram-se não e muralhas se ergueram para que os destroços pudessem ser recuperados.
O dia em que partiste foi o dia em que fiquei destruída
.
Também ficaste destruído?

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O nosso amar

Aquele homem imaginário e inventado

Autómato ou como na verdade, ela não esteve realmente aqui