Porque é que nos escolhemos amar?

Em muitos dias escolhemos o que nos faz bem. Faz parte da Natureza humana, claro. Primeira lei... Não nos magoarmos a nós.
Pois, sim.
Parece mais fácil do que realmente é.
Apaixonei-me por ti numa manhã quente de Agosto. E falo em paixão porque foi um sentimento leve, apenas ligeiramente intenso. Apenas uma gota no meio da imensidão de oceano de amor de tantas outras pessoas. Olhaste para mim naquela rua. Já te conhecia de outras vistas, como se a vida tivesse mais do que uma visão. Mais do que outros pontos de vista. Falámos de uma maneira diferente, como se as palavras corressem livremente por uma folha de papel. Risos. Gargalhadas contagiantes. Depois seguimos. Mensagens trocadas, missivas desnorteadas. Músicas que partilhámos que anunciavam ao Mundo aquilo que apenas os exclusivos poderiam compreender. Palavras. Sempre as palavras.
E depois os beijos. Os sorrisos entre beijos. As caricias de momentos entre nós. As cócegas entre beijos. Um amor carinhoso que alguns poderiam conhecer. E falo de amor. Porque tinha deixado de ser algo muito leve. Começara a ser algo mais fundo, mas que me mantinha à tona e que me permitia respirar mais facilmente. Era amor, porque pela primeira vez senti que havia riscado mais do que a superfície.
E depois veio a dor. Porque é que te escolhi amar?
Vieram as mentiras. O "vou estar com uns amigos", quando afinal poderia encontrar essas mesmas pessoas pela rua e tu não estavas no meio deles. Veio a desconfiança. Veio o "vou ali comprar uma coisa", para voltares apenas horas depois sem o item em questão. Vieram as discussões, um contra o outro em vez de nós contra o Mundo.
E veio o fim.
E a dor. Porque é que nos escolhemos amar?

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