Perdoa-me

Amaste-me um dia, quando eu ainda não ligava a essas coisas do amor.
Amaste-me quando eu ainda era uma criança emocional, desprovida de arestas mais complexas.
Já tu eras o complexo.
Lembro-me das estrelas que surgiam no teu olhar - pequenos pontos brilhantes que te deixavam tão belo - e arrependo-me da indiferença do meu espírito.
Lembro-me dos sorrisos que me arrancavas, e sei dos pensamentos em que me partilhavas.
Conheço-os de cor agora.
Sei o que sentias agora.
Mas agora...
Mas agora estás longe.
Magoei o teu coração no dia em que partilhaste comigo a alegria que era amar alguém.
Que era amar-me.
Perdoa-me.
Eu não compreendia.
As tuas palavras silenciaram-se. Perderam-se na ternura da distância que se interpôs entre nós.
Senti a tua ausência com a mesma intensidade do inicio da tempestade que embarcou no meu coração.
Observo-te ao longe.
Vejo-te com outros. Com outras.
Percebo-te.
Talvez a distância emende um coração partido.
No entanto os pedaços do meu continuam dispersos.
Como leves pedaços de areia.
Quero-te agora.
Mais do que nunca.
Perdoa-me.

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