Odeio-te e amo-te

Odeio o facto de te amar.
Que sejas a única pessoa que ocupa a minha mente, a todas as horas dos meus dias.
Odeio que estes passem mais devagar por não te ver. O facto de que cada vez que ouço uma piada, não consigo evitar sorrir ao imaginar se lhe acharias ou não piada.
Detesto o facto de ainda te amar. Mesmo depois de tudo o que se passou. O coração não aprende lições que a mente aprendeu, e acontece que não te consigo tirar nem de um nem de outro.
Detesto que ainda faças as minhas pernas tremerem nos raros instantes em que te vejo.  Que o teu cheiro ainda esteja perdido nas minhas coisas.
Que tenha que dormir com uma camisola para conseguir ter um mínimo de horas de sono.
Não gosto do facto de à noite, quando os pesadelos e as trevas teimam em cercar-me, tirar-me o ar aquilo que eu mais queria ter em meu redor para me acalmar sejam os teus braços.
Detesto que tenhas ocupado a minha mente de tal maneira, que o teu nome surge nos meus lábios com uma facilidade incalculável.
Detesto que as coisas tenham terminado daquela maneira.
Que tenhas saído porta fora, enquanto eu fiquei sozinha, à minha mercê.
É mais fácil deixar que a escuridão nos engula, quando ficamos em turbulência, só com os nossos pensamentos.
Detesto o facto de ainda seres a minha pessoa preferida, que queira correr para ti, quando o meu dia se enche de novidades.
Detesto o facto de te amar com todo o meu coração. De as tuas fotografias ainda estarem expostas pela casa, como se assinalassem a tua presença, a gritassem até às profundezas da minha existência.
Conto-te um segredo, agora que sei que não o podes ouvir... Quero apanhar o próximo avião para te ir ver. Para chegar o mais depressa junto de ti, e por mais irracional que isso seja.
Quero... Mas não o faço.
Odeio-te. E amo-te. Sempre.

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