Amantes Selvagens

Pertenço-te...
Céus!
Custa-me tanto utilizar este termo. Esta expressão dos Diabos!
Dizes-me que levada dos Diabos sou eu!
Quem sou eu para contradizer?
Fui tão livre em tempos. A Rainha das minhas próprias savanas.
Parece que agora isso mudou. O Rei Leão chegou para sossegar o meu paraíso.
Com catano!
Como é que se pode sobreviver a isto? A desejos apenas dirigidos a um especial ser, emoções que nunca antes tinham sido processadas, mas que agora são palpáveis em cada centímetro da minha pele.
Isso...
Chega-te mais para junto de mim.
Se é para me baralhares a minha cabeça mais vale que o faças bem perto.
Isso...
Diz-me ao ouvido.
Os teus desejos mais secretos. Aqueles que o teu subconsciente guarda em locais estranhos...
São meus desde o nosso primeiro beijo...
Diz-me lá a verdade...
Poderia ser de outra maneira?
Também os meus são teus irremediavelmente. Pelo conhecimento científico que tens do meu corpo, sabes de cor cada uma das minhas curvas.
Especialmente das minhas estrias...
Mas nem uma palavra acerca delas...
Sou uma leoa sobre duas patas...
E não querias que fosse de maneira diferente.
Gostas dos meus rugidos. Dos gritos de guerra que ecoam com os teus.
Somos gente que luta um pelo outro até ao fim com quanto ritmo possui no seu coração.
Raio de lamechices ao mesmo tempo...
É a consequência de ter as tuas mãos em mim.
E a tua respiração...
E...
E...
E sempre algo mais que é estranho de se descrever mas bom demais para não se sentir.
São as coisas que a vida de perigo e sedução me fazem.
Herói sedutor.
Sou a tua Rainha de tudo e de nada...
Beija-me...
Que no final...
No final que longe ainda vem, mas que de certa forma já aqui chegou...
Vamos fazer-nos à estrada.
Mas temos que pegar nas nossas roupas primeiro.
A jornada ainda mal terminou, para um gajo e uma gaja que são tão livres.
As loucuras que nunca antes alguém pensou.
Somos maus dessa maneira...
E sabe tão bem.

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