Estou em casa nos teus braços

Anda para casa depressa... Tenho Saudades tuas...
Estou aqui, à tua espera, na nossa casinha no fundo da rua, o nosso pedaço de céu na Terra que arrendámos graças aos nosso primeiros ordenados. O sítio para o qual me trouxeste nos teus braços, como um casal recentemente casado. Lembro-me das nossas gargalhadas borbulhantes daquele primeiro dia, o chão desprovido de alcatifa, e as paredes à espera de serem preenchidas pela nossa personalidade. De como insististe em carregar-me pela casa toda, num qualquer baptismo de cada divisão. O que vale é que o sítio é pequeno... E nosso, muito nosso.
Volta depressa...
Os meus braços querem a tua presença. Sinto a falta de ter a minha pele de encontro à tua pele. De sentir os teus lábios na minha bochecha, a tua respiração de encontro aos meus cabelos. Como os teus olhos perscrutam o meu rosto, na tentativa de te assegurares que estou realmente junto de ti. E que sou tua. Mas sou tua desde o primeiro dia em que cruzei o olhar com os teus olhos tão doces, e que nem a distância me poderia fazer de te deixar de amar da maneira que te amo.
Mas meu querido... na distância cresce a saudade, e na saudade a ânsia de te voltar a ver. 
E amar-te cada vez mais. 
Levanto-me do sofá vagarosamente. Dirijo-me para a aparelhagem, ponho-a a tocar. A tua música predilecta toca, "You shook me all night long", e mal dou por mim estou aos pulos que nem uma louca, a dar gargalhadas que nem uma criança pequena. Espero que chegues depressa, pois estou apenas a fingir que danço, e este tipo de fingimentos é mais divertido sempre que estou contigo. 
Amo-te por não saberes dançar, tal como eu.
Anda para casa. Não precisas de parar pelo caminho. Não preciso das flores do costume. Sabes que as adoro, mas de qualquer das maneiras sou mais de doces, e contigo todos os meus dias são doces...
A música termina, eu desligo a aparelhagem, quando a saudade se apodera de mim.
Não te tenho por perto há cinco meses., e nem as tecnologias ajudaram a mitigar a falta que me fazes. Cheguei hoje, e quando me disseste que não me podias ir esperar por causa do idiota do teu chefe, nada conseguiu dissipar o desapontamento na tua voz. 
Tenho saudades do teu sorriso especial, aquele que é só meu. 
Deito-me no sofá da sala, e enrolo-me na tua manta, que tem o teu cheiro, e que me faz imaginar que estás ao meu lado.
Devo ter adormecido... Pois quando acordo, os teus lábios estão na minha testa, no beijo mais doce que recebi nos últimos tempos. Os teus braços puxam o meu corpo para ti, o teu cheiro preenche-me por completo, e o meu coração abranda.
Suspiro...
Estou em casa... nos teus braços.

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